PIRUÇAS

Maio 04 2009

 

98.º aniversário da GNR: Comandante-geral aponta falhas e critica governo

“Lei Orgânica alterou equilíbrios na GNR”

O dia era de festa, pelo 98º aniversário da instituição, e até contou com a presença do primeiro-ministro e do ministro da Administração Interna, na cerimónia oficial em Belém mas o comandante-geral da GNR não se ficou ontem pelas palavras de ocasião e criticou o Governo pela a nova Lei Orgânica da Guarda, em vigor desde o início deste ano.

"Não tenho dúvidas de que, quem pensou e estabeleceu o novo modelo, o fez com o objectivo de aumentar índices de eficácia da nossa acção (...), mas a implementação da Lei Orgânica não foi, nem é, ainda, fácil. Ao reduzir os níveis de chefia e direcção, mudar relações de comando, modificar circuitos logísticos e operacionais, criar novas Unidades (...) alteraram-se os equilíbrios internos consolidados ao longo de dezenas de anos", afirmou o tenente-general Nelson Santos.

 

O comandante-geral disse ainda que "as consequências no funcionamento da Guarda foram significativas e o completo ajustamento a uma nova orgânica demorará algum tempo a sedimentar".

 

Poderia o Comandante-Geral ter dito mais, sobre o "novo modelo" e sobre quem o "pensou"? Ontem, ao ouvi-lo, eu disse que  sim, que poderia e, talvez, que deveria. Hoje, esfriado o ânimo, concordo que não poderia, nem deveria, ter ido muito mais além, naquilo que disse -dadas as circunstâncias especiais do tempo que passa. Espera-se, entretanto, que os ouvintes/governantes, presentes, saibam entender o verdadeiro significado da mensagem do Comandante-Geral e actuem, em tempo e em conformidade com ela, ao menos minimizando os estragos que o "novo modelo" está e vai continuar a causar, isto é, corrigindo, sem tibiezas, o que deve ser corrigido.

 

Recordo, a propósito, o seguinte texto, que aqui deixei, em 27 de Março último:

 

 

"Se tivesse sido feita com cabeça, tronco e membros -isto é: apenas com alguns ajustes e acertos de organização, talvez justificáveis- e não em obediência a critérios meramente economicistas, a pomposamente denominada "reestruturação" das Forças de Segurança, "obra" do MAI de então, António Costa, poderia ter alcançado algum sucesso, com naturais vantagens para o País. Realizada, como foi, com todos os sentidos postos na tesouraria do Estado, abriu-se um enorme e preocupante buraco social, só remediável caso o poder político emende a mão, em alguns pontos fulcrais daquela "reestruturação".
  
Introduzir correcções, em tempo útil, no que foi feito,  justificadas pela experiência corrida, é um acto de inteligência que só dignifica e enobrece quem as realiza."

 

publicado por poleao às 12:25

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