A igreja de Santo Quintino foi mandada construir por D. Manuel I em 1520, não se conhecendo contudo a razão que terá levado o monarca a tomar essa decisão.
A igreja tal como a conhecemos hoje, é o resultado de várias intervenções feitas em épocas diferentes, a última das quais lavada a cabo pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais já na década de 40 do século XX.
No exterior é de destacar o portal, datado na pilastra do lado direito de 1530 e que combina elementos manuelinos e renascentista.
A igreja de Santo Quintino é um monumento da fase final da arquitectura manuelina e um autêntico museu do azulejo, em que figuram padrões únicos.
As três naves são de cinco tramos, divididas por colunas cilíndricas, com capitéis decorados de volutas e palmetas que sustentam ábacos quadrados, sobre os quais assentam os grandes arcos redondos, decorados por azulejos de tapete de padrão largo.
Decoram a parte superior da parede da entrada azulejos com padrão de ponta de diamante do século XVII.
As paredes sobre as arcadas da nave central são revestidas com azulejos do sec. XVII agrupados em dois andares de painéis, separados por frisos. Os da parte inferior com um motivo de albarradas são já do século XVIII.
A cabeceira é constituída pela capela-mor e duas capelas colaterais, todas de muito interesse e dotadas de abóbadas de cruzaria com bonitos bocetes.
A do lado da Epístola, dedicada a Santo Quintino e revestida de azulejos do séc. XVIII, com cenas do seu martírio, mantém a pintura seiscentista na abóbada. No altar, as boas imagens da Virgem com o menino e o orago, esta datada de 1532.
A do lado do Evangelho é da invocação de S. Pedro. Os azulejos das paredes laterias representam passos da vida de S. Pedro (sec. XVIII).
Na parte lateral abre-se a capela do santissímo, do século XVIII, onde se pode destacar a imagem de Nossa Senhora da Piedade.
A meio da nave, à esquerda, invulgar púlpito de pedra, quinhentista, que conserva ainda uma interessante decoração pictural com a representação dos evangelistas.
Destaque merece também o baptistério, de forma circular e rematado por uma pequena cúpula, forrado de azulejos seiscentistas e siustentado por quatro colunas, foi construído em 1592 por Simão Correia. No interior salienta-se um painel de azulejos do século XVIII representando o Baptismo de Cristo.