Governo recua no fecho de 110 postos da GNR
11.03.2008 - 09h06 José Bento Amaro (Público)
O Ministério da Administração Interna (MAI) suspendeu o encerramento de 110 postos da GNR em todo o país. A medida devia ter sido iniciada em Janeiro, mas foi abandonada depois de algumas das principais estruturas associativas da Guarda se terem manifestado contra. Para o Governo, esta foi uma hipótese de travar uma onda de impopularidade que começava a aumentar entre os militares, já descontentes com a reestruturação nos serviços de saúde, a qual deixou de fora os respectivos familiares.
O encerramento dos postos da GNR havia sido planeado em 2006 pelo então ministro da Administração Interna, António Costa. Iria abranger, principalmente, muitas pequenas localidades do interior do país e, de acordo com as contas das associações sindicais, cerca de mil militares.
Nesta, como em muitas outra áreas, o governo andou, e anda ainda, às apalpadelas, ao sabor de ventos cruzados, sem rumo certo e definido. E porquê? Porque se entregou a tarefa de apresentar um trabalho, aliás bem caro, sobre a "reestruturação" da Guarda a uma empresa privada - a Accenture- votada para estudos de viabilidade económica. O resultado está à vista, porque imperou, então, na decisão política, mais uma vez, o factor economicista, como se a segurança interna apenas dependesse desse factor.