Ontem, tive uma conversa acalorada com um amigo meu, a propósito do anunciado encerramento de várias salas de parto em outras tantas maternidades. Vou tentar resumir os argumentos, por ele aduzidos no decorrer da discussão.
A tese base do meu amigo assenta no somatório destas razões e circunstâncias principais:
- Tudo radica na antiga CEE e na actual UE. Daqui partiu-se para a globalização.
- Há já muitos anos que o conceito de Nação se desvaneceu. Na Europa , quem manda sãos órgãos da UE. Os poderes das Nações que a integram são hoje residuais.
- Há quantos anos é que a grande maioria dos bens, de que precisam os portugueses, para a sua vida diária, são importados dos mais diversos Países?
- O que é que se fabrica em Portugal que é vendido em Portugal?
- Se está tudo globalizado, por que motivo nos devemos incomodar com o facto de as nossas mulheres irem parir a Badajoz?
- Estou-me tão nas tintas com isso como com o facto de na minha frutaria só estar à venda fruta de Espanha e de o meu televisor ter sido importado do Japão.
- Quiseram a globalização e agora andam todos "aqui d'el rei" que as nossas mulheres vão ter os filhos na estranja.
-Agora já é tarde para arrepiar caminho!
O meu amigo nunca mais se calava, com novos argumentos e razões. Mas o sentido do seu discurso não escondia a sua angústia, o seu desalento, o seu inconformismo, perante a realidade de Portugal, como Nação, ir inexoravelmente, desaparecendo. E acabei por ficar tão preocupado como ele.