A propósito da conversa fiada que vai por aí, desde há alguns dias, sobre o orçamento de estado para 2011, o meu tio Anacleto, sempre perspicaz e acutilante, deixou-me esta reflexão:
COM PANINHOS QUENTES, VAMOS FICAR AINDA MAIS DOENTES!!!!!
Cá por mim, concordo plenamente e acrescento esta:
Para grandes males, grandes remédios!!!!
O Governo vai aumentar, no próximo ano, os gastos com seminários, exposições e publicidade. Isto apesar do anunciado esforço para reduzir a despesa pública. O orçamento para 2011 prevê que os ministérios gastem quase 23 milhões nestas duas rubricas, mais seis milhões que este ano. É um crescimento de 46% no caso dos seminários e de quase 30% na publicidade do Estado.
A organização de "seminários e exposições" ainda terá um aumento maior - de 7,7 para 11,3 milhões de euros. Neste capítulo é o Ministério das Finanças a inflacionar os gastos totais, com um aumento previsto de três milhões de euros. Mas estas não são as únicas despesas correntes que crescem quando se fala de aquisição de bens e serviços. Nos ministérios, vão gastar-se quase mais dois milhões de euros com "transportes", num total de 37 milhões. O Governo irá também aumentar em cerca de 30 % a despesa com "artigos honoríficos e de decoração" para um total de 301 mil euros.
Apesar de ter conseguido reduzir a despesa com "estudos, pareceres, projectos e consultadoria", o Governo continua a gastar mais de 53 milhões de euros nestes trabalhos. A redução de 9, 5 milhões em relação ao orçamento do ano passado contrasta com o aumento de quatro ministérios. Justiça, Ciência e Ensino Superior, Obras Públicas e Cultura vão ter mais dinheiro para gastar em assessorias.
COM A FACA E O QUEIJO NA MÃO, QUE RICA E EXEMPLAR GESTÃO!!!!!!!
Castilho dos Santos, Emanuel dos Santos ao lado de Teixeira dos Santos
Com SANTOS destes, venha o diabo e escolha...
MANUEL ANTÓNIO PINA
"O deputado do PS Ricardo Gonçalves quer que a cantina da AR abra "à hora de jantar" para acudir aos deputados, que "são de longe os mais atingidos na carteira" pelas medidas de austeridade, já "quase não [tendo] dinheiro para comer".
Ao CM, Ricardo Gonçalves queixou-se de que, além de uns miseráveis 3700 euros de vencimento, apenas recebe mais "60 euros de ajudas de custos por dia" para "viagens, alojamento e comer fora".
Compreende-se o seu desalento. O deputado Gonçalves deixou uma próspera carreira de professor para, respondendo ao chamamento cívico, passar a deputar na AR, e agora tem que se governar com 3700 euros por mês mais 60 euros por dia para "viagens, alojamento e comer fora".
Não surpreende que Teixeira dos Santos ande a "dormir mal" e que Sócrates tenha, como confessou na AR, "apertos de coração".
Deputados esfomeados é coisa horrível de ver (dir-se-á que Ricardo Gonçalves não representa a deputação, mas o facto de Maria José Nogueira Pinto lhe haver em tempos chamado "palhaço" confere-lhe desde logo ampla representatividade).
Justifica-se que, no próximo PEC, o Governo poupe um pouco mais no subsídio de desemprego e no Rendimento Social de Inserção. Ou nas pensões, cujo valor médio já anda pelos 397,17 euros, o que faz dos pensionistas "de longe os menos atingidos na carteira".
Com essa redução da despesa poder-se-á servir uma ceia de Natal condigna na cantina da AR."
Chegados a este estado "para-lamentar", nada mais -o pior que seja- nos pode surpreender.