Tudo começou, em termos operacionais, na manhã do dia 1 de Julho de 1970. Do Comando Geral, no Carmo, saíram meia dúzia (talvez nem tanto) de militares, em direcção à Calçada de Santana, para um edifício onde tinha sido, até então, o Comando da Polícia de Viação e Trânsito (PVT) e onde estava instalada também (e continuou a estar) a extinta Direcção-Geral de Transportes Terrestres (DGTT), departamento de que a PVT dependia.
O grupo era liderado pelo Comandante da nova Unidade e dele fazia parte o radiotelefonista Sousa, encarregado de atender e encaminhar as primeiras chamadas telefónicas, ou via rádio (para este efeito tinha levado, salvo erro, um equipamento denominado CQP600). O Sousa, devo dizer desde já, nunca mais deixou a BT, onde deixou uma marca de grande profissionalismo e qualidade, algumas vezes em momentos históricos de grande melindre. Desde muito cedo, devido à preciosidade do seu trabalho, ficou conhecido como "CSVSousa".
A nossa chegada foi "festivamente" assinalada por um estrondoso silêncio. Ninguém nos esperava, nem para dar as "más vindas". Os poucos funcionários que, por força das circunstâncias, se cruzaram com algum de nós, apenas um "bom dia" fugidio, por obrigação. As dependências da extinta PVT estavam assustadoramente vazias: nem um papel -no chão, nas secretárias, nos móveis.