PIRUÇAS

Janeiro 30 2009

 

A criação da BT não só determinou um relacionamento mais fácil, produtivo e útil entre a GNR e a comunicação social, com notável proveito para todas as partes (como já assinalei, anteriormente), como ainda deu origem a uma verdadeira revolução no plano de uniformes de toda a Guarda, a começar, naturalmente, pela sua nova Unidade.

 

De então para cá, particularmente nos últimos anos -devido, em grande parte, às novas missões específicas que lhe foram atribuidas- a evolução tem sido verdadeiramente notável, a tal ponto que vai ficando definitivamente ultrapassada (mas não esquecida, pelos mais "velhos") a anterior, austera e respeitável imagem da patrulha da Guarda

 

Não sei se o plano de uniformes, até há pouco em vigor na extinta BT, passou integralmente para a nova UNT, dadas as profundas alterações entretanto introduzidas na Guarda. Espero bem, contudo, que a imagem do "novo" patrulheiro da estrada se mantenha, no essencial, porque me parece adequada à específica missão que desempenha.

publicado por poleao às 15:53

Janeiro 26 2009

Retomando o tema do último post:     

 

- Ultrapassada a  porta da RTP, através do programa Sangue na Estrada, a ligação entre a GNR e os diversos órgãos de comunicação social nunca mais parou, até hoje, com grande proveito para a população e para a própria Instituição. De memória (já bem enfraquecida, devo dizer) relembro algumas das mais importantes etapas dessa crescente ligação:

 

- Ainda na década de 70, havia na RTP um programa de grande audiência intitulado "UM DIA COM..." Consistia numa reportagem alargada com determinada personalidade, Organização, ou Instituição, pública ou particular, de relevante interesse social. O responsável pelo programa, depois de obtida a necessária (e difícil) autorização do Comando Geral da Guarda, realizou, então, uma reportagem na BT, com o específico intuito de se levar ao conhecimento público a forma e o modo da sua organização e, designadamente, da sua actuação no terreno, em cumprimento da missão que lhe havia sido atribuida. 

 

- A partir de certa altura, o Comando da Unidade passou a fornecer, diariamente, via telefone, às Estações de Rádio, a pedido destas, informações sobre a forma como decorria o trânsito rodoviário, dando, ao mesmo tempo, conselhos e sugestões sobre segurança.

Esta ligação com os radialistas, sempre cada vez mais desejada, chegou ao ponto de, em certa altura, se terem instalado nas Janelas Verdes pequenos estúdios, para que, com melhor qualidade e oportunidade, se pudessem fazer os chamados "Informativos de Trânsito". Esta opção teve, depois, diversos desenvolvimentos, à medida que a BT crescia e aperfeiçoava o seu trabalho. Claro que, a partir de certa altura, também as subunidades locais da BT, espalhadas por todo o País, passaram a participar neste modo de informação pública, nomeadamente através das estações de rádio e imprensa locais.

 

- Foi nesta sequência  que, a partir de certa altura, passaram a ser regulares as idas de elementos da BT à RTP e à Emissora Nacional, para participação, directa ou gravada, em programas relacionados com o trânsito automóvel, com a segurança rodoviária e até com o ensino da condução.

 

 - Resta acrescentar, para terminar este tema,  que a passagem do tempo e a experiência adquirida pela BT, por força das circunstâncias (e só por isso), serviram para que, alguns anos depois, toda a GNR participasse neste muito meritório serviço de informação pública, a propósito de qualquer ocorrência, relacionada com o trânsito automóvel, ou com qualquer outro evento.

De tal forma que é hoje corrente ouvir e ver, nos OCS, tantas vezes em directo, no terreno, e sobre acontecimentos excitáveis, excelentes e apropriadas intervenções de militares da Guarda, de qualquer graduação hierárquica. Como membro desta mesma família profissional (embora já afastado da efectividade do serviço) sinto-me bem, confortável e orgulhoso quando os vejo e ouço.

                                                                                                                                                                                                        

publicado por poleao às 19:28

Janeiro 22 2009

 

 

 

Até à criação da BT, em julho de 1970, o relacionamento da Guarda com os "orgãos de comunicação social" (naquele tempo, dizia-se, apenas, "imprensa", ou "os jornais") era diminuto, para não dizer nulo. Os tempos eram outros, as regras sociais eram outras, também, e as questões que hoje determinam um dálogo constante das "forças de segurança" (antes dizia-se, apenas: polícia e gnr) com os ditos OCS são, por outro lado, bem diferentes, porque mexem profundamente, como não mexiam há 30/40 anos, com a segurança das pessoas e dos respectivos patrimónios.

 

De qualquer forma, já em 1970 a RTP tinha um programa semanal (ou quinzenal, talvez) exclusivamente dedicado à segurança rodoviária, com uma duração de 20 minutos, se bem me lembro. Chamava-se o programa SANGUE NA ESTRADA  e era seu autor/apresentador Joaquim Filipe Nogueira, um antigo às do volante daqueles tempos. Por lá passavam, regularmente, pessoas ligadas, por isto ou por aquilo, ao mundo automóvel, para falar, muitas vezes, de generalidades e culatras. Recordo-me de lá ter ido, também, algumas vezes, o Comissário Belarmino, elemento preponderante e altamente qualificado da extinta PVT.

 

O nascimento da BT, no quadro sucintamente descrito, animou Filipe Nogueira a solicitar à Guarda que autorizasse (e nomeasse)  a comparência de um seu elemento no referido programa, com a expressa finalidade de se abordar, em termos públicos, a nova missão que lhe fora atribuida, para o cumprimento da qual fora constituida aquela Unidade. Foi nomeado um oficial da BT.

 

Era uma situção inédita e, por isso, merecedora de todas as cautelas. Nada podia correr mal. Havia instruções rigorosas do Comando Geral, cautelas e caldos de galinha do próprio Ministário: do que se podia falar (e como) e daquilo de que se deveria fugir. Tenham-se em conta as razões então invocadas (e propaladas à boca pequena) para a extinção da PVT.

 

Fico, hoje, por aqui. Voltarei ao tema, porque bem merece ser continuado.

publicado por poleao às 17:18

Janeiro 20 2009

Lisboa, 20 Jan (Lusa) - O primeiro-ministro felicitou hoje Barack Obama pela sua posse como Presidente dos Estados Unidos, expressando vontade de ambos se encontrarem e a "total" disponibilidade do Governo português para trabalhar com a nova Administração de Washington.

 

José Sócrates desejou "todos os sucessos" e sublinhou que Barack Obama poderá contar "com uma cooperação total" do Governo português.

 

"Da parte do meu Governo pode contar com uma firme vontade de trabalhar em conjunto com os Estados Unidos da América e enfrentar os desafios com que hoje estamos confrontados", acrescenta o primeiro-ministro português.

 

 

Obama pode, enfim, dormir tranquilo e seguir em frente. Estaremos sempre, sempre, ao lado de Obama -para o ajudar, para o amparar, para o substituir, se necessário. Que maravilha!!!

publicado por poleao às 21:57

Janeiro 19 2009

 

 

O Tenente Valério foi um dos primeiros Comandantes do Destacamento de Trânsito de Lisboa (DT 21), com sede nas Janelas Verdes. Era um homem simples, bonacheirão, amigo do seu amigo e com um coração do tamanho do mundo. Ao mesmo tempo, todavia, era de uma competência invejável e um excelente exemplo para todos -subordinados e superiores. Residia em S.João do Estoril, onde regressava, frequentemente, fora de horas, depois de mais um dia de intenso trabalho.

 

Certo dia, ao fim da tarde, de regresso a casa, no seu Renault Gordini, acompanhado pela esposa, apercebendo-se de que uma viatura estava indevidamente estacionada em plena estrada marginal, parou junto da mesma, para se inteirar das razões da situação irregular. O jovem condutor, interpelado pelo Tenente Valério, começou por dizer que a paragem se devia a uma avaria mecânica. Confrontado, porém, com o recurso a uma ajuda técnica, facilmente acessível na zona, o jovem acabou por confessar que, afinal, era apenas...falta de gasolina e que não tinha, sequer, dinheiro para adquiri-la. Pois o bom do Tenente Valério foi à bomba mais próxima comprar combustível suficiente para desenrascar o jovem, voltou ao local onde a viatura estava parada e só depois, ciente de que tinha cumprido exemplarmente a sua obrigação de auxílio aos condutores (uma das regras principais que tinha sido estabelecida, logo no início da existência da BT), regressou a casa, sem conhecida moléstia, ou desagrado, da esposa.

 

No dia seguinte, já no quartel, o Tenente Valério foi surpreendido com outra versão do seu generoso comportamento: o carro tinha sido furtado e o jovem não era mesmo o seu dono!!!

No resto, ficou, apenas, um minuto de galhofa e, acima de tudo, mais um sinal insofismável da excelente formação moral do militar.

 

Ao contar esta singela história sobre os primórdios da jovem Unidade da Guarda, curvo-me, com respeito, perante a memória do Tenente Valério, entretanto falecido.

publicado por poleao às 17:47

Janeiro 17 2009

 

A PVT era, ao tempo em que foi extinta, um corpo de polícia de trânsito dependente, como já tive oportunidade de referir, da antiga Direcção-Geral de Transportes Terrestres. O seu efectivo era constituído por agentes da PSP (a maioria) e da GNR, para lá transferidos e colocados em condições que não sei bem, agora, enunciar. Depois da sua extinção, uma boa parte do seu efectivo passou à situação de reforma, tendo os restantes regressado às respectivas origens.

 

Para a Guarda voltaram, portanto, alguns -sendo quase todos colocados na BT. Bons e experientes profissionais, de um modo geral bem familiarizados com o policiamento das estradas, especialmente no que respeitava à circulação dos transportes pesados, tanto de passageiros, como de mercadorias.

 

Um deles foi o Cabo Melão. Fiz com ele, nos primeiros tempos, algumas patrulhas, aos fins de semana, e com ele aprendi muito, nomeadamente sobre a forma como proceder à ordem de paragem das viaturas, ao modo como dialogar com os condutores e como proceder à inspecção dos documentos -dos condutores, das viaturas e das respectivas cargas. É que o pessoal da Guarda era, até então, "generalista" e a fiscalização do trânsito rodoviário já exigia, nessa altura, alguma especialização. Bem espero eu que as profundas alterações agora introduzidas na organização da Guarda não impliquem qualquer deterioração do alto grau de especialização que tinha a BT, especialização e competência que se aguarda continue a ter a nova Unidade Nacional de Trânsito.

publicado por poleao às 17:38

Janeiro 14 2009

 

 A primeira grande operação da BT    consistiu na preparação,organização e execução do serviço especial decorrente do funeral de Salazar, cerimónia que teve lugar no final de Julho, quando ainda a nova Unidade da Guarda usava fraldas. Salazar morreu em 27 desse mês, com 81 anos de idade, depois de largo período de enfermidade.

 

Para o referido serviço especial, a PVT tinha preparada uma vasta operação, como viemos a saber na altura, na qual previa o recurso à maioria do seu efectivo -cerca de 650 elementos.

 

Dadas as circunstâncias, a BT teve que desenrascar-se, em termos de missão própria, com o pouco que tinha, na altura -cerca de 100 militares, a grande maioria pertencentes ao 2º Esquadrão do Regimento de Cavalaria, Unidade também extinta, por força do destino, em 31 de Dezembro do ano findo. É claro que, no quadro geral do serviço, desempenharam papel preponderante outras forças da Guarda, nomeadamente do então designado Batalhão nº 5 (Coimbra). 

 

O aperto do serviço registou-se entre Santa Comba Dão e o cemitério do Vimieiro, terra natal de Salazar, onde ficou sepultado, em campa rasa. Recordo que, em determinada altura, o próprio Comandante da Unidade teve que fazer serviço de sinaleiro, sobre a estrada, na orientação do trânsito.

publicado por poleao às 16:31

Janeiro 07 2009

Logo ali se viu (ainda na Calçada de Santana) que aquelas reduzidas instalações não poderiam servir, de modo nenhum, para a primeira instalação da nova Unidade da Guarda e, pior ainda, para o seu futuro desenvolvimento. Daí que, desde logo, se tenham desenvolvido diligências para se encontrar, com a maior brevidade possível, uma solução ajustada e que não fosse provisória. O Comando da GNR tinha aceite um encargo e uma importantíssima responsabilidade, no quadro da segurança rodoviária nacional, de tal forma que não poderia correr o risco de falhar, em qualquer aspecto da instalação da sua mais jovem Unidade.

 

Assim, em data que não sei precisar, a BT mudou-se para o Quartel das Janelas Verdes (ali tendo ficado até à sua extinção), onde até então estivera instalado o Comando do Batalhão 2, entretanto transferido para o edifício onde estava e está ainda a Companhia dos Paulistas, da mesma Unidade, na Calçada do Combro.

 

Já agora: Foi nessa Companhia que me apresentei, quando ingressei na Guarda, já lá vão uns bons anitos. Comandava-a, nessa altura, o Capitão Ivens Ferraz  -um respeitável SENHOR e um militar da melhor água.

publicado por poleao às 19:19

Janeiro 06 2009

Vendo como estão as coisas, tanto na política, como no futebol (isto é: sem oposições credíveis) acho eu que o PM e o FC do Porto vão ter uma passeata tranquila, até ao final da época, cada qual no respectivo terreno de jogo, bem entendido.

publicado por poleao às 18:20

Janeiro 03 2009

 

Ainda o dia 1 de Julho de 1970, na Calçada de Santana:

 

A meio da manhã, o Sousa anuncia, espavorido, que haviam telefonado a pedir um "acompanhamento". A todos valeu, na ocasião, a presença simpática de um elemento da extinta PVT, entretanto chegado, que decifrou o palavrão e esclareceu o que havia a fazer, do ponto de vista operacional. Do tal acompanhamento (a transportes especiais, digo eu agora) foi encarregue uma patrulha do 2º Esquadrão do Regimento de Cavalaria -Unidade também agora extinta, como a BT. É a vida, como dizia o outro...

 

Acrescento esta curiosidade: o tal elemento da ex-PVT acabou por ser integrado nos quadros da BT, com grandes benefícios para a jovem Unidade, lá permanecendo até à morte, ocorrida há poucos anos. Chamava-se Aurélio Peixoto de Carvalho, era Capitão do Exército e fora, em tempos, árbitro de futebol. Um excelente homem e um muito competente profissional, que aqui recordo, com respeito e saudade.

publicado por poleao às 18:27

TÃO LONGE DO MUNDO E TÃO PERTO DE TUDO
mais sobre mim
Janeiro 2009
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

11
12
13
15
16

18
21
23
24

25
27
28
29
31


pesquisar
 
subscrever feeds
blogs SAPO