Uma pessoa põe, preocupada, a mão bem aberta na testa, sobre os olhos, perscrutando o horizonte, na ânsia de ver alguma coisa de bom, para o futuro (santa ingenuidade!!!) e a única coisa (ou pouco mais) que observa são trapalhadas e mais trapalhadas, trapalhadas para todos os gostos e feitios, trapalhadas a todas as horas, noite e dia. Estivesse ainda em funções um ex-PR e a coisa já tinha piado mais fino. Digo eu, que ainda me lembro muito bem do que ele fez então -mesmo piando fininho- a propósito de um cenário político bem diferente do actual.
Mas vamos lá é ordenar, para melhor se entender a coisa, o corrupio de trapalhadas que enchem o nosso horizonte próximo:
1 Do Governo:
Muitas, variadas e dárias. Vindas, especialmente do ME, onde a Lurdes ministra e o seu ajudante de campo Pedreiro (perdâo, Pedreira) metem, todos os dias, os pés pelas mãos, num infernal concurso do diz e não diz, espectacular mas redutor da inteligência dos "brutos" professores. Não são só estes, todavia. Outros fazem pele vida, ao seu jeito, à sua maneira. Apenas um, digo eu, se faz trapalhadas, pouca gente dá por elas -o ministro da cultura, cujo nome desconheço. Será porque não tem dinheiro (do OE, claro) para gastar. Deve ser.
Está claro que o mais trapalhão do Governo é o PM. Mas como ele, para as fazer, grita tão alto (não tão alto, bem entendido, como o coordenador Coelho, hoje já muito bem instalado na vida) que já ninguém o ouve, ou leva a sério.
2 Do Partido Socialista:
São mais que muitas, as trapalhadas em "istas". Poucos se entendem. Mas também é verdade que poucos falam -na rua, nos comícios, no Parlamento. Nos últimos tempos, não reina, naquele bailarico, muita "alegria". Ou, sabe-se lá, poderá haver "alegria" a mais. De qualquer modo, dizem as estatísticas que as trapalhadas do "rato" e do gato vão continuar.
3 Do Partido Social-Democrata:
Para não dar parte de fraco ao PS, o PPD/PSD meteu-se numa trapalhada ainda maior, trazendo à baila uma "velha" questão sobre a liderança, sem solução à vista, entretanto. O PSL anda por aí, os menezistas contam espingardas ( o meu tio Anacleto, com a sua fina ironia, diz que andam é contar fisgas) e, enquanto o mar vai batendo na rocha, quem se amola é o mexilhão do Zé -o tal que, afinal, já não faz falta a Lisboa. Pois, pois.
4 Do PR
Com o devido respeito e uma mão-cheia de vénias, não devo omitir as cada vez mais frequentes trapalhadas procedentes do Palácio Presidencial -de onde era suposto não vir nenhuma. O Estatuto dos Açores e o caso do BPN são os exemplos mais recentes e não se vê como sair delas.