PIRUÇAS

Dezembro 23 2007
O excelente poema rural que segue recebi-o hoje, juntamente com os votos de BOAS FESTAS, do meu sempre brejeiro compadre alentejano.

 

EXPOSIÇÃO DOS LAVRADORES DO BAIXO ALENTEJO
A SUA EXCELÊNCIA 0 MINISTRO DA AGRICULTURA
Autor: João de Vasconcelos e Sá
Min . da Agricultura: Eng. Leovigildo Queimado Franco de Sousa



Porque julgamos digna de registo 
A nossa exposição, Senhor Ministro,
Erguemos até vós, humildemente,

Uma toada uníssona e plangente

Onde evitamos o menor deslize
E onde damos razão da nossa crise.

Senhor... Em vão esta província inteira
Desmoita , lavra e atalha a sementeira,
Suando até a fralda da camisa.
Falta a matéria orgânica precisa
Da terra, que é delgada e sempre fraca;
A matéria em questão chama-se CACA.

Se os membros desse ilustre ministério
Querem levar o nosso caso a sério
E é nobre o sentimento que os anima,
Mandem-nos cagar toda a gente em cima
Dos maninhos torrões de cada herdade,
E mijem-nos também, por caridade!

0 Senhor Doutor Oliveira Salazar
Quando tiver vontade de cagar
Venha até nós, solícito e calado,
Busque um terreno que estiver lavrado,
E como Presidente do Conselho
Queira espremer-se até ficar vermelho.

A Nação confiou-lhe os seus destinos;
Então comprima e aperte os intestinos,
E se escapar um traque não se importe;
Quem sabe se cheirá-lo dará sorte?
Quantos não porão suas esperanças
Num traque do Ministro das Finanças!


E quem vive tão aflito e sem recursos
Já não distingue os traques dos discursos;
Não precisa falar. Tenha a certeza
De que a maior fonte de riqueza
Desde os montados negros às courelas
Provém da merda que despejamos nelas.

Ah! Merda grossa! Merda fina! Merda boa
Das inúteis retretes de Lisboa!
Como é triste saber que todos vós
Andais cagando sem pensar em nós!
Se querem fomentar a agricultura
Mandem-nos muita gente com soltura


E nós daremos trigo em alta escala.
Também nos faz jeitinho a merda rala.
Terras alentejanas, terras nuas,
Desespero de arados e charruas,
Quem as tem, quem as compra, quem as herda,
Sente a paixão nostálgica da merda!...

E que todos os penicos portugueses
Durante pelo menos uns seis meses
Sob o montado ou sobre a terra campa
Continuamente nos despejem trampa,
Adubos de potássio, cal e azote.

 
Mandem-nos merda pura de bispote;

Não fazemos questão de qualidade;
Formas normais ou formas esquisitas,
Desde o cagalhão às caganitas,
Ou da negra poia à grande bosta,
Tudo quanto for merda a gente gosta.


publicado por poleao às 19:15

Dezembro 23 2007

Alijó: População protesta hoje contra encerramento do SAP



O hospital mais próximo, Vila Real, é a única opção dos habitantes de Alijó, para as emergências médicas que possam surgir durante a noite, mas este situa-se a quase meia centena de quilómetros da capital do concelho, que não dispõe de qualquer ambulância do INEM.

A população, na sua maioria idosos, conta apenas com uma ambulância dos bombeiros para se deslocarem à unidade hospitalar, a 43 minutos de distância.

O encerramento dos serviços nocturnos dos SAP acontece também em Murça, Peso da Régua e Vila Pouca de Aguiar, que, juntamente com o de Alijó, eram os únicos Serviços de Atendimento Permanente do distrito que, até agora, ainda funcionavam 24 horas por dia.

 

Aqui estão as BOAS FESTAS do insensível cobrador de impostos campos

publicado por poleao às 16:41

Dezembro 23 2007

 

 

Para quem já viveu muito tempo, como eu (tempo demais, talvez), o tempo de hoje aí vai, a galope, como sempre nesta época do ano, a caminho de outro ano, de outro tempo -sabe-se lá, se a caminho de um ano melhor e de um tempo mais ameno do que este, já perto da meta final.

Se não for tempo demais o tempo que já vivi, oxalá que o tempo que aí vem, cantado por este cuco, seja um  tempo bem cantado.

publicado por poleao às 15:17

TÃO LONGE DO MUNDO E TÃO PERTO DE TUDO
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