1922
3 de Janeiro - Adiamento das eleições de 8 para 29 de Janeiro. Gomes da Costa acusa o governo de ter faltado ao respeito ao exército.
21 de Janeiro - Formação de uma lista de Gonjunção » entre liberais, reconstituintes, socialistas, reformistas, sidonistas e independentes, unidos para lutarem unidos contra o partido democrático.
29 de Janeiro - Eleições legislativas com vitória do Partido Democrático.
6 de Fevereiro - Governo democrático de António Maria da Silva. A Polícia de Segurança do Estado passa a designar-se Polícia de Defesa Social. O Exército continua a cercar Lisboa.
18 de Fevereiro - Tentativa de golpe de estado radical, outubrista », Governo instala-se em Caxias e o presidente em Cascais.
2 de Março - As forças da GNR são reduzidas. O corpo de marinheiros é transferido para Vila Franca de Xira.
13 de Março - As forças da GNR são novamente reduzidos ficando sem artilharia e metralhadoras. As forças são distribuídas pela província transformando-se em guarda territorial.
30 de Março - Partida de Gago Coutinho e Sacadura Cabral para a travessia aérea do Atlântico.
17 de Abril - Assinatura do Pacto de Paris entre monárquicos liberais e legitimistas . D. Duarte Nuno reconhece D. Manuel II, e este reconheceria D. Duarte como seu herdeiro.
19 de Abril - Gago Coutinho e Sacadura Cabral chegam à noite aos rochedos de S. Pedro e S. Paulo.
28 de Abril - Com a promulgação da Lei do garrote são suspensas novas entradas na função pública.
29-30 de Abril - Congresso do Centro Católico com participação activa de Salazar.
5 de Maio - Os Integralistas Lusitanos suspendem a sua actividade política, em ruptura com o Pacto de Paris.
5 de Junho - Gago Coutinho e Sacadura Cabral chegam ao Recife.
17 de Junho - Gago Coutinho e Sacadura Cabral chegam ao Rio de Janeiro.
5 de Agosto - Agitação popular contra as novas medidas do pão, com assaltos às padarias.
15 de Agosto - Revisão das medidas de produção de pão. Cria-se um pão de terceira.
7 de Setembro - Início das festas de comemoração do primeiro centenário da independência do Brasil.
8 de Setembro - Assassinato de Ségio Príncipe, dirigente da Confederação Patronal Portuguesa e da Associação Comercial dos Lojistas de Lisboa, considerado defensor de uma solução radical de direita para o problema político português.
1 de Outubro - Realiza-se o 3.º Congresso Operário Nacional, na Covilhã.
Outubro - Lançamento à água do contra-torpedeiro Tâmega, construído no Arsenal da Marinha
3 de Dezembro - Comício de protesto, no Parque Eduardo VII, contra a nova lei do inquilinato, promovido pela União dos Sindicatos.
Escolhi esta particular resenha histórica, para bem situar, no tempo, a realização do CONGRESSO NACIONAL MUNICIPALISTA DE 1922, a que se reporta um interessante volume com os "preliminares, teses, actas das sessões, congressos provinciais, documentos e apreciações da imprensa". Foram editados 900 exemplares numerados e eu tenho a sorte de possuir um, assinado pelo Presidente da Comissão Organizadora, João Carlos Alberto da Costa Gomes, cujo rico currículo é encimado assim: "Comercialista, com o Curso superior de comércio pelo Instituto Superior de Comércio de Lisboa".
Da revisitação que ando agora a fazer aos becos e avenidas da nossa História, destaco, por me parecerem interessantes, estes pequenos comentários, assinados por Magalhães Lima:
...
"A emancipação dos municípios frizou-o admiravelmente o infatigável secretário do Congresso, Eloy do Amaral- tem de ser, mais tarde ou mais cedo, um facto, e ela só pode trazer para a vida do povo benéficos resultados. O municipalismo bem compreendido é absolutamente isento de paixões partidárias; pode e deve vir a ser um dos mais valiosos elementos de bem-estar e desenvolvimento material do país, principalmente se ela conseguir libertar-se por completo do centralismo absorvente que sempre a tem dominado e tanto tem prejudicado a vida regional.
Combater o centralismo, o mesmo é que combater a tirania da autoridade, o abuso, o arbítrio, a iniquidade.
...
Centralizar é retrogradar. Descentralizar é emancipar. Quereis uma eleição livre? -Descentralizai. Quereis um governo das competências? -Descentralizai. Quereis o povo na posse dos seus destinos? -Descentralizai.
...
Quais são as bases em que deve assentar a autonomia e descentralização administrativa?
-Proclamaram-as altivamente no Congresso os srs. Costa Gomes e Fernandes Agudo:
Extinção dos lugares de governadores civis, de administradores de concelho e de regedores de freguesia;
Os municípios, provendo à Instrução do povo;
O deputado representante do concelho que o eleger."
Gostei, mais uma vez, de ler o que li e de registar aqui, no PIRUÇAS, este pedaço empolgante da História de Portugal.