PIRUÇAS

Março 12 2007


Excertos da entrevista a Pedro Nunes, Bastonário da Ordem dos Médicos, publicada hoje no CM: 

Pedro Nunes, Bastonário da Ordem dos Médicos, acusa o ministro da Saúde de ser desleal com os médicos. Ataca Correia de Campos pelas trapalhadas no fecho de Urgências e maternidades e afirma que o melhor seria o ministro dar algumas terras a Espanha para os portugueses terem direito aos tratamentos que lhes são negados em Portugal. Optimista, afirma que dentro de dez anos acaba a falta de médicos.

Correio da Manhã – O ministro Correia de Campos anda a fazer política baixa com os médicos?

Pedro Nunes – Anda a fazer política desleal com os médicos porque ele sabe que a Ordem dos Médicos sofreu uma alteração significativa com este mandato. A Ordem aposta na colaboração técnica com o Governo que estiver, qualquer Governo. 
 
– A Ordem apoiou o fecho das maternidades.

– Sim, é verdade. 

– O que é que correu mal?

– É aí que eu falo em deslealdade. Foram fechadas maternidades para concentrar meios. E o que é que aconteceu? Fechou-se a maternidade de Mirandela, fechou-se a maternidade da Régua, as grávidas são transferidas para Vila Real e chega-se a Vila Real e encontra-se uma equipa abaixo do mínimo definido. Chega-se a Setúbal e há uma equipa abaixo do mínimo.

– Ou envia-se doentes para o estrangeiro, como no caso das grávidas de Elvas...

– Claro. Imagine se todos os ministros da União Europeia tivessem a lógica deste ministro. Não temos problema nenhum, pagamos ali ao país do lado e as mulheres vão lá ter filhos. Claro que ao fim de algum tempo não tínhamos serviços e os doentes iam ser tratados ao estrangeiro. Em última análise o Governo português pode pedir aos espanhóis que considerem que o nosso rei D. Dinis era um atrasado mental, revoga-se o Tratado de Alcanizes, que definiu as fronteiras com Espanha, e dá-se aos espanhóis uma série de terras, como Trás-os-Montes e a Beira Interior. Estamos perto de algumas cidades espanholas e resolve-se tudo. Ora a obrigação do ministro da Saúde português é garantir aos portugueses tratamentos no seu território.

– O ministro não cumpriu os compromissos?

– Não cumpriu. A Ordem dos Médicos acabou por dar cobertura técnica ao Ministério para fazer uma reforma e o ministro não cumpriu o acordo que tinha feito connosco e os compromissos assumidos publicamente. É aqui que falo em deslealdade.

– A deslealdade de que tem vindo a falar aconteceu só no caso das maternidades?

– Não. Deixe-me dar outro exemplo. Na matéria das Urgências o ministro nomeou uma comissão, não pediu opinião à Ordem, nem sequer pediu que a Ordem contribuísse para a nomeação dessa comissão. Mas é indiscutível que é formada por médicos de qualidade, que fizeram um trabalho competente e a Ordem obviamente apoiou-os. 

– Uma trapalhada?

Uma trapalhada feita com o objectivo de encerrar os SAP e assim poupar algum dinheiro, colocando os médicos da comissão numa posição extremamente difícil, porque acabaram por ser eles o alvo das críticas, justas e perfeitamente lícitas, das populações. Não foi o ministro, que estava a encerrar o que ninguém lhe tinha dito para encerrar. O ministro usou a comissão como capa, como argumento para fechar serviços, que de facto não são de Urgência mas que enquanto não forem criados os tais serviços de Urgência que a comissão propôs não podem ser encerrados.

publicado por poleao às 19:46

Março 12 2007

HÁ COISAS FANTÁSTICAS, NÃO HÁ??????

Excertos de um artigo publicado hoje no JN: 


O primeiro-ministro assinalou a tomada de posse, faz hoje dois anos, anunciando a venda de medicamentos não sujeitos a receita médica MNSRM ) fora das farmácias, medida que o ministro da Saúde tem enaltecido, mas que em tempos considerara sem "vantagens para a população". 

Mas, apesar de o anúncio de Sócrates ter forçado o actual Ministério da Saúde MS ) a fazer desta medida uma das suas bandeiras, o ministro Correia de Campos nem sempre defendeu a venda livre de MNSRM .

Em 2002, depois de uma breve passagem pelo Governo de António Guterres, no qual assumiu a pasta da Saúde, Correia de Campos escreveu no livro "Confissões políticas da Saúde" que não tinha "a intenção de criar farmácias em supermercados, fora das condições previstas na lei, ou de liberalizar a venda dos medicamentos não prescritos". Não por ser contra, mas "por entender ser essa uma guerra secundária, que desgastaria o MS sem grandes vantagens para a população, a qual se sente relativamente bem servida pelas actuais farmácias de venda a público", escreveu Correia de Campos.

No mesmo livro, adiantava não pretender "desmantelar o monopólio profissional na propriedade de farmácia, por entender que é assim que as coisas se passam em muitos outros países da Europa e nada garantir que a liberalização pudesse trazer melhorias ao serviço de venda a público".

Contudo, a 26 de Maio de 2006, o primeiro-ministro anunciou liberalização da propriedade da farmácia, na sequência de uma proposta da Autoridade da Concorrência. Esta defendia o fim da exclusividade da propriedade para farmacêuticos e de limites demográficos e geográficos à instalação de farmácias.

publicado por poleao às 17:06

TÃO LONGE DO MUNDO E TÃO PERTO DE TUDO
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