A passo, devagarinho, como é próprio de pessoas já com uma certa idade, o PIRUÇAS cá chegou, a 2007 (já lá vão nove dias!), mas com muitas mazelas, incertezas na alma e queixas de tudo e de todos.
Alto lá, porque estou a exagerar . A bem dizer, nem de tudo me queixo, nem de todos recebi maldosas afrontas.
Mas não esqueço, naturalmente, o diabólico comportamento que o cobrador de impostos Campos teve no ano passado, nem as gélidas e insensíveis decisões do tesoureiro Teixeira, sempre a facturar à custa da classe média e para gáudio dos Belmiros e dos Espiritos Santos -uns cada vez menos e mais ricos, e os outros cada vez mais e com mais dificuldades em governar a vida.
Nos pratos da balança social, pesam-se as fábricas e empresas a encerrar e os investimentos em novas iniciativas. O saldo é sempre negativo. O prato dos despedimentos vai ao chão, num repente. E o PM , hábil como nenhum, grita quando tem que gritar (já ninguém sabe se grita mais alto do que o sr Coelho!), encena primorosamente as suas aparições públicas e tapa a boca, num ápice, ao opositor (?) Mendes e a quem o acompanha, neste carnaval cinzento em que nos metemos.
Valha-nos o puto Cristiano e as sua diabruras, os dolares do rei Figo e as apitadelas do apito dourado. E valha-nos a carolice da dona Carolina, o ressurgimento -em boa hora, digo eu- do velho Atlético Clube de Portugal, a trazer-me à memória boas tardes de bola na bonita Tapadinha e as deliciosas manhãs, na SIC, onde os tertulianos residentes passam a pente fino as bizarrias dos colunáveis.
Ora, quem tem tudo isto -e muito mais, desta espécie e género- não tem o direito de olhar de lado para os Campos, para os Teixeiras , para os cabos Costas, afinal, os homens que se sacrificam para que nós tenhamos tudo de bom, na vida.
O pior são os tios Anacletos e os compadres alentejanos que vivem nas nossas aldeias, com uma sopa escaldada e um bocado de pão duro, salgado com duas azeitonas.
Dizem os sábios que 2007 ainda não vai ser o ano da convergência e que, por isso, vamos continuar a distanciar-nos dos outros parceiros europeus. Seria bom que a senhora ministra da educação fosse, por exemplo, ao interior norte do país, ensinar, em linguagem TLEBES (não sei, nem me interessa saber, se é assim que se escreve!), ou noutra qualquer, o que é isso da convergência. Mas se não quiser ir tão longe, senhora DOUTORA, desça do seu gabinete à rua e faça a pergunta ao primeiro urbano que encontrar. Boa sorte.
O caminho é longo e cheio de curvas apertadas. Quem virá encurtar a distância?
publicado por poleao às 17:57