Ainda eu não tinha acabado de ler as 333 "simplexes" e já anda aí novo foguetório a anunciar mais 187 medidas, estas particularmente destinadas à modernização dos serviços da administração pública.
É óbvio que algumas das medidas "anunciadas" são, indiscutivelmente, de boa qualidade e, por isso, benéficas para a vida dos cidadãos e do próprio Estado. Em teoria, claro. Tão benéficas e com tanta qualidade que nem a mais assanhada "oposição política" consegue juntar meia dúzia de argumentos racionais para desvalorizar estas socráticas iniciativas. Mas, atenção: estas a que me refiro -as boas- contam-se pelos dedos das duas mãos! O resto é conversa fiada, muito fiada mesmo, em alguns casos repetida e noutros já fedorenta. É a chamada poeira para os olhos do Zé, tentando levá-lo a um retorno de espanto, de admiração e de agradecimento.
Mas o pior, no meu entender, ainda não é isso: o juízo que faço de todo este "esplendor" é o de que o principal objectivo do governo é reduzir, de uma assentada, a despesa pública e o número de funcionários do Estado. Esta é que é, a meu ver, a meta final a atingir, muito embora, pelo caminho, se ofereçam alguns bons e saborosos rebuçados ao "cidadão", libertando-o de tarefas inúteis no seu dia-a-dia e melhorando, consequentemente, a sua qualidade de vida.
Com o lançamento destas sucessivas nuvens de poeira, julgam os políticos que o Zé vai ficar com a vista toldada e incapaz de ver o que se passa à sua volta, na vida real. Puro engano, senhores políticos! Como diria o meu tio Anacleto: "o Povo está muito esperto!!!". Já não se deixa iludir e, muito menos, enganar.