Cada qual é como é e ninguém tem nada, em princípio, a ver com isso. As estações de TV têm os programas que entendem que devem ter e ninguém tem nada a ver com isso, salvo no caso da RTP, que é uma estação pública e, por isso, é paga por todos nós. E se os programas lé estão, prontos para serem vistos, é porque as estações consideram que há gente para vê-los, mesmo que saibam que poucas são as pessoas dispostas a isso. O mercado é livre e as pessoas também são livres de verem aquilo que lhes apetece ver. Isto é, rigorosamente, verdade, como também é verdade que as pessoas são livres para fazerem as apreciações que quizerem sobre este, ou aquele, programa.
Neste "quadro" (como agora, por tudo e por nada, se diz) vou aqui deixar ligeiras apreciações a programas, pelos quais ultimamente tenho passado, de fugida. Num deles aparecem quatro senhoras, sentadas, cada qual, no seu cadeirão, a falar sobre as coisas mais disparatadas que se podem imaginar, só interessantes, na verdade, para a reduzida audiência que conseguem juntar. Cada uma assume, no assento, a posição mais ridícula possível, na convicção de que tais poses possam suscitar maior interesse dos espectadores. Enfim, uma castastrófica sensaboria. Dizem-me que é uma cópia de um programa semelhante que já passou (ou ainda passa) na estação brasileira GNT, que algumas vezes vi, então com algum agrado. Não sei nem me interessa. Cada um vê o que quer e ninguém tem nada a ver com isso.
Curioso é que, na mesma estação (salvo erro), passa outro programa com o mesmo "feitio", só que, desta vez, os intervenientes são homens. Pois bem: a mesma sensaboria, as mesmas poses, os mesmos assuntos. Claro que, se o programa lá está, é porque há gente a ver e, eventualmente, a gostar. Há gostos para tudo, há estações para tudo e ninguém tem nada a ver com isso. Liberdade é liberdade e é ao abrigo dessa liberdade qu eu faço estas considerações.
Há dias, em conversa com o meu tio Anacleto, a propósito destes e de outros programas, perguntava-me ele, meio a sério, meio a brincar:
-Então aquelas gajas e aqueles gajos não têm mais nada que fazer?