Há uma semana que não abro este caderno de notas. Primeiro foi a pregiça e a digestão dos resultados das eleições autárquicas. Depois foi por causa de um "apagão" da net, aqui na zona de Oeiras, só resolvida ontem. Sem método nenhum, vamos ver se consigo colocar a escrita em dia, referindo os eventos que mais despertaram a minha atenção.
1. Nas eleições autárquicas, ganhou, de uma assentada, quem devia ter ganho e quem nem sequer deveria ter-se apresentado a escrutínio. Singularidades do nosso sistema político que minam a fé e a confiança das pessoas nos políticos e na política.
2. Vi, outro dia, a apresentação do OE para 2006, feita pelo próprio ministro, no próprio ministério, com pompa e circunstância. Pouco entendi do que disse, mas entendi o suficiente para fortalecer a convicção, que levemente já tinha, de que este ministro, ao contrário do anterior, é muito mais político do que técnico. Decide com as costas bem protegidas pela maioria absoluta que o governo tem e "mais não disse", como diria o outro. Depois deu uma entrevista, também ela muito pomposa, no seu ministério, à sic-notícias. Encheu-me o ouvido esta tirada de sua excelência: um trabalhador no activo desconta para o IRS, um reformado não -isto não é justo. E é justo, senhor ministro, que os reformados do Banco de Portugal, da CGD e de outras instituições do Estado, incluindo os deputados à AR, que depois de meia dúzia de anos de trabalho (salvo seja, visto que muitos dos ditos deputados entram mudos na AR e mudos lá permanecem todo o tempo, lendo jornais e falando ao telefone, etc) tenham direito a chorudas pensões e benesses??? Por onde andam os critérios de Justiça deste senhor ministro das finanças...
3. Já aqui tinha anotado, em 30 de Setembro último, que não faltava nada para que o dr Dias da Cunha, presidente do Sporting, devesse terminar a agonia do treinador(?) Peseiro. Pois só agora é que o sr Cunha viu o pântano onde encharcou o clube e aceitou despedir o matraquilheiro, abandonando, também ele, no dia seguinte, o barco -como o outro- quando molhou os sapatos no pântano que criara. No seu desespero, chegou a afirmar, perante os jornalistas, que as últimas e vergonhosas derrotas do Sporting foram obra dos OCS. Teimoso como ele só conheço outra pessoa: o sr PM.