O meu relacionamento, visual e auditivo, nas tvs, com o actual ministro da saúde, foi sempre um "desamor" à primeira vista. As suas falinhas mansas, sistematicamente num tom trocista quando fala com outras pessoas que não pensam pela sua cabeça, o seu ar de dono do mundo e da verdade, de desprezo pelos "outros", caracterizam este homem como o menos preparado de todos para ser governante num regime democrático, onde as opiniões de todos devem ser minimamente respeitadas.
Este "desamor" não é de agora. Vem já do tempo da outra "senhora", isto é, do outro engenheiro, o dos "pântanos". Já nesse tempo o ministro Campos, também com a mesma "pasta" na mão, espalhava conflitualidade e alergias no seu relacionamento com os "outros".
Há dias, no "encomendado" (e, por isso, nada independente) programa Prós e Contras da RTP, sobre a nossa "saúde", o sr Campos voltou a ser ele mesmo, comportando-se, mais uma vez, como uma pessoa insolente, grosseira, soberba, incapaz de um diálogo sério com os seus interlocutores, nomeadamente com o representante das farmácias. Não está em causa, naturalmente, a sua competência académica e a sua honorabilidade. Apenas e só o seu modo reprovável de lidar com as pessoas, quando estas defendem pontos de vista diferentes dos seus, e o seu ar de superioridade, longínquo da "ralé" que o rodeia. Um homem assim, indiferente aos rumores da sociedade, nunca pode ser, do meu ponto de vista, um bom governante e, muito menos, "ministro da saúde".