PIRUÇAS

Agosto 26 2005

Agora, que as "águas" estão um pouco mais paradas e serenas, dou por mim a tentar recordar-me dos variadíssimos nomes de aldeias e lugares onde as devoradoras labaredas chegaram de há mais de um mês para cá, pelo menos. E não consigo recordar mais do que dois ou três nomes.


Durante este amargo período, entraram-nos casa dentro, todos os dias e às mais diferentes horas, reportagens dolorosas, das TVs, de aldeias, lugares e sítios cada qual com seu nome, como é devido. Como eu, estou certo de que muito mais gente se interrogou sobre este assunto: afinal, terão dito, o meu Portugal não é só a cidade, ou vila, onde moro e trabalho; é muito, muito mais, e eu não sabia ou, melhor, não tinha perfeita consciência disso; e lá as pessoas choram e lamentam-se com uma naturalidade cristalina, pura, própria, afinal, das pessoas simples. Um encanto de gente, agora conhecida devido ao seu real sofrimento, mostrado às escancaras, devido ao trabalho das televisões nacionais e estrangeiras. E ainda se disse, por aí, que as TVs deviam limitar as reportagens, evitando o negro da realidade. Parece mentira que alguém tenha pensado isso.


As ideias ainda as tenho baralhadas na minha cabeça, porque sofri muito com o que vi, mas já dá para perguntar: qual é o País real -aquele, espalhado por todos os recantos, com gente de idade avançada a dizer, com as lágrimas a correrem-lhe pelo rosto, que tinham perdido tudo o que amealharam, pelo trabalho, ao longo de uma viada, ou este, da grande ou pequena urbe, onde nós moramos, bem longe das "pedras lavradas" de que nos falou Torga. Para muito boa gente, estou certo disso, o País real é agora uma incerteza cruel, porque só agora conheceram os nomes dessas aldeias e lugares, e sua localizazão, no Portugal escondido dos nossos olhares, bem longe dos confortáveis apartamentos e vivendas onde vivemos.

publicado por poleao às 19:02

Agosto 26 2005

Com a devida vénia, transcrevo aqui, neste meu caderno de memórias, este excelente e certeiro texto de JPP (agora mais sereno, depois de ter sacudido da cena política o PSL), hoje publicado no seu ABRUPTO:


"Acaso se tem reparado na enorme dificuldade que as pessoas que são entrevistadas na rua pela televisão, seja sobre que matéria for, mostram em enunciar um fragmento de uma ideia, uma resposta com os verbos certos, com sentido, que tenha a ver com a pergunta? Não me refiro a ocasionais lapsos, ou ao mau português. Refiro-me a falar, dizer, explicar.

E não são os velhos encurralados pelos fogos, mas os veraneantes num carro para o Algarve entrevistados numa portagem, umas senhoras nuns saldos, uns jovens num festival entre a música e a cerveja."


 


 

publicado por poleao às 17:56

Agosto 26 2005

height=160 alt=policia.jpg src="http://pirucas.blogs.sapo.pt/arquivo/policia.jpg" width=222 border=0>

color=#660099 size=4>Em comunicado há pouco anunciado, a PSP corrigiu os dados anteriormente fornecidos e que serviram de base ao meu comentário antecedente. Afinal, dos 651 condutores fiscalizados, apenas 51 (7,8 %) estavam alccolizados. Só não erra quem não faz contas. A polícia errou as contas mas, prontamente, corrigiu a sua primeira informação fornecida aos jornais. Só lhe fica bem, esta atitude.

publicado por poleao às 17:16

Agosto 26 2005

Durante uma operação «stop», realizada entre as 02:30 e as 07:30 horas de hoje, em Lisboa, em 653 condutores, a PSP detectou 585 alcoolizados, isto é, 90% dos fiscalizados.


Comentário do meu compadre alentejano: "os 10% que faltam tinham passado por lá às 02:20".


Poeque será? Será do "guaraná?

publicado por poleao às 16:32

TÃO LONGE DO MUNDO E TÃO PERTO DE TUDO
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