O ambiente social e político, por cá, está cada vez pior. Muito perto de bater no fundo, digo eu, que sou um optimista, por natureza. Não faço agora, porque não é esse o objectivo desta nota, qualquer juizo de valor sobre o actual Governo. O que dou conta, isso sim, é de que a esmagadora maioria da "comunicação social", numa atitude sem precedentes na história recente, lançou uma guerra tremenda contra o executivo liderado por PSL, com o indesfarçável propósito de derrubá-lo. À mais pequena e insignificante afirmação que faça qualquer ministro, a "corporação" dos OCS salta-lhe em cima e coloca na sua boca coisas que não disse. E não vale a pena vir o ministro, depois, com desmentidos, porque os "confrades" voltam à carga e retomam a ofensiva com isto: o ministro recuou e diz agora que não disse o que disse!!!
Para mim, a situação é esta: mesmo que o Governo viesse agora, por exemplo, garantir, com juras e tudo, que os aumentos da "função pública", para 2005, vão ser de 15%, a "corporação" contestatária nem assim desarmaria do seu objectivo e certamente encontraria um ruidoso artifício para avisar, por seu lado, que "eles" fingem dar com uma mão para, logo de seguida, tirar com a outra. Por mais que faça de aceitável ou mesmo bom, este Governo, a meu ver, vai ter de cair, antes de tempo, a não ser que os "vencedores", antevendo outros perigos, recuem eles também e digam então que não disseram e fizeram antes o que toda a gente sabe que disseram e fizeram.
Alguém tem que deitar a mão a isto. Portugal não pode continuar por este trilho. O que se tem visto, nos últímos dias, na política, na comunicação social, no futebol, no crime, na Justiça, no ensino, etc, não pode continuar por muito mais tempo, sob pena de o próximo Governo, qualquer que ele seja, daqui a dois anos ou antes, encontrar apenas cinzas.