Andávamos nós todos contentinhos e felizes, de bandeira em punho e hino emocionado na ponta da língua, e aí está uma nova depressão politica, sem sentido racional, apenas justificável por radicalismos injustificáveis e por linguagens e atitudes de forma nenhuma consentâneas com o esforço que o próximo governo, ou qualquer outro, terá que fazer, para melhorar, significativamente, o nível de vida dos portugueses, especialmente dos mais pobres.
A guerra está aberta, as ameaças de instabilidade social repetem-se, as acusações ao PR atingiram níveis até agora insuspeitáveis, particularmente se se atender às suas origens. E todos falam e dizem que as instituições democráticas funcionam, lavando cada qual as suas mãos perante a situação que aí está plantada. Mas todos dizem, claro está, que estão a trabalhar para o bem do povo, do povo que se uniu e emocionou à volta da nossa selecção de futebol e que eles, os políticos, desbaratam agora, cada fileira para o seu lado, de costas voltadas uns para os outros. Haja respeito: os políticos uns pelos outros e todos eles pelo povo.