Pelo que dizem as sondagens, os "jornalistas" e os comentadores encartados da nossa praça, o partido socialista "já" ganhou as eleições de 20 de Fevereiro do próximo ano. É pena que o nosso sistema político não permita, ao que sei, empossar imediatamente o novo governo. Poupava-se tempo e dinheiro, este bem preciso para a "sustentabilidade", como agora se diz, dos aumentos "espectáveis" (é uma palavra bonita, não é?) dos salários e das pensões. E poupavam-se as discussões, as mesas redondas e quadradas, os corrupios de lugar em lugar, de terra em terra, as passagens pelos mercados e feiras,com a costumeira e ambundante distribuição de beijos e abraços, as sessões de esclarecimento, a espuma ao canto da boca dos improvisados oradores locais, candidatos a candidatos de um lugarzinho na administração do burgo e, acima de tudo, evitava-se a enfadonha contagem de votos, noite fora, noite fora... Dava-se já posse ao governo e dizia-se para a acta que a victória fora um sucesso e por maioria absoluta.
Isto, em resumo, o que me disse o meu tio Anacleto, numa longa carta que hoje recebi. No fim, não está mal imaginado, não senhor.