Os sindicatos da função pública não perderam tempo. Poucos dias depois da entrada em "trabalhos" do novo governo, vieram pedir a correcção dos aumentos aprovados pela gestão anterior (2,2%) para 5,5%. Nem mais, nem menos.
Hoje o DN publica uma entrevista com o insuspeito Dr Silva Lopes, Presidente do Montepio Geral, na qual este conceituado economista afirma, a este propósito, o seguinte:
"Não vale a pena esconder as coisas. A área onde vai ter de se cortar mais é nas despesas com pessoal. Não há outra alternativa. (...) não podemos continuar a aumentar o vencimento dos funcionários públicos e provavelmente vamos ter de os diminuir, em termos reais. As pessoas não querem ouvir isto, mas infelizmente é assim."
Por este caminho, o funcionalismo publico ainda terá que devolver ao Estado (a que isto chegou!!!) o que recebeu "a mais", talvez com juros de mora, se vier a ter vencimento esta generosa proposta do eminente economista. Naturalmente que, agora, os ditos sindicatos irão propor aumentos superiores aos antes pedidos (5,5%), por forma a constituirem uma reserva suficiente para devolver ao Estado o que receberam a mais nos dois primeiros meses deste ano, sem quebra do poder de compra. Nada mais simples.