Como diria o "piqueno" M2, é minha convicção que o terrorismo reinante -cujas duas últimas acções, em Londres e numa estância balnear do Egipto, são "apenas" dois passos de uma longa caminhada, bem preparada e programada- é a face visível de um confronto de civilizações e de culturas, há muito iniciado. De um lado, a chamada civilização ocidental -tolerante, tanto do ponto de vista religioso, como político. Do outro, o fanatismo religioso, exacerbado e cego, assente em pressupostos, sociais e políticos, radicais.
O Ocidente, para se defender e combater eficazmente este terror, não tem outra alternativa que não seja ceder alguma coisa nos seus princípios de tolerância. Não o fazendo -como parece que não o fará, ao menos de imediato- vão ruindo, pacientemente, as pequenas traves que ajudam a sustentar o "edifício" e, não muito longe, ele cairá, definitivamente, abalado por outra tempestade da História.
Tratar um arranhão, ou mesmo uma pequena ferida, com tintura de iodo, ainda vá lá. Mas procurar sarar diversos, profundos e terríveis ferimentos só com tintura de iodo é condenar à morte o paciente. Sem perder a sua postura civilizacional, os seus princípios, a sua moral e o seu equilíbrio social, o Ocidente, para vencer de vez este terrorismo cego, terá que dar, quanto antes, um passo em frente nas regras e métodos de combate. Esta é a minha convicção.